domingo, 23 de outubro de 2011

Sobre o Despertar

A criança acordar. Acordar sempre foi uma obrigação. Uma medida de desespero pela ausência. Dormir sempre significou morrer. A criança imaginava que o mundo caminhava com duas dimensões. A da noite e a do dia. Na da noite, ela não existia. Pessoas agiam em sua casa, que mudava de forma e personagens e ela se tornava invisível. Na verdade, imaginar isso a confortava. Dava segurança. Se contorcia na cama, eufórica com a imaginação. Com a proteção da invisibilidade. Estar ausente era divertido. Imaginar, pelo menos. Imaginar a ausência.

E por que raios acordava cedo? A criança não esperava os olhos se acostumarem com o pouco de claridade que existia. Acordar era uma ordem! Chega de ausência! Na verdade, a imaginação tinha a traído. Sempre. Ela desejava ser invisível, não morrer. Dormir era morrer. Não existir. Tinha perdido muito...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Desconforto...

Cabeça pesada. Dormir pouco é rotina. O corpo devia se habituar. Mas não. Teima em mostrar a insuficiência do descanso. O desconforto com o dia está sendo gritante. Com os dias, me sinto vestindo alguma roupa de um número inferior ao meu (o que não é difícil achar)....
Inveja dos que respiram com facilidade.

A rinite é a prova do desconforto com o mundo externo. Quando a absorção de um elemento vital se torna um risco. Já perfumarias, o doentio, essas... Meu corpo clama...Auto flagelação...

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Mais do mesmo...

As notícias de hoje destacam as isenções fiscais e outros auxílios públicos do novo estádio do Corinthians. As justificativas mais inocentes e otimistas pairam no desenvolvimento da populosa e pouco assistida Zona Leste. É possível. Não descarto a melhoria da região. Mas pode não ocorrer. Dizem alguns cariocas, que a Região no entorno do Engenhão teve desenvolvimento marginal após a construção de um Estádio pouco querido entre os cariocas.

Algumas repetições me incomodam. O clamor pelo auxílio estatal não é recente e nem é exclusivo do Corinthians e da construtora envolvida. É mais do mesmo. É aí que o sem governo e sem partido Kassab, o tucano Alckmin e o petista Orlando Silva se encontram. O suprapartidarismo do estatismo se viu representado em uma foto curiosa de todos os envolvidos, inclusive de vereadores.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Retomando...

Minha improdutividade me atordoa. Lástima de crítica. Como tudo, o importante é equilíbrio: ser moderadamente perfeccionista. Moderação. Como isso me soa distante.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Vazios...

As eleições 2010 têm mostrado um esvasiamento absurdo de qualquer clivagem. O sistema político tem se ancorado em questões absolutamente pontuais, desesperado por marcar diferenças, vínculos identitário com uma população que as vezes eles parecem desconhecer.

Não me oarece que Serra, Dilma e Marina são diretamente culpados. Pares do ofíco democrático de um país esvasiado, engolido pela Esquizofrenia do Lulismo.

A acusação sobre as Farc da "Sarah Pallin carioca" é bizarra, mas também vejo como estranha a presença da Dilma num palanque de um partido como o PT, que sempre arrotou a importância de laços partidários. talvez fruto de um partido que não formou lideranças, além das limadas pelo pop Lula...

Essas eleições marcarão o fim de uma geração, um fim melancólico...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A "esponja" vermelha?

Ontem lia sobre uma manifestação de membros da CUT que participavam do Fórum Social Mundial, apoiando Dilma Rousseff, “candidata chaveirinho” do atual presidente. A principal justificativa do apoio era impedir o retorno ao ”neoliberalismo” tucano. Não pareciam se importar com o “neoliberalismo” petista. As aspas não existem por acaso, esse termo virou jargão imbecil e não conceito passível de debate.

Recentemente li um artigo de André Singer, publicado na revista Novos Estudos (n 85, 11/2009). Em seu estudo, o autor aponta para a incorporação de setores conservadores do proletariado na base eleitoral de Lula, que tem transcendido as velhas classificações ideológicas.

Concordo com Singer e reforço que há algo de absolutamente esquizofrênico na base de apoio petista. Ignorando o apoio financeiro significativo que os movimentos e sindicatos recebem do governo petista, é de saltar aos olhos essa heterogeneidade, na qual transforma Lula no que bem entendem. Esse caráter “camaleônico” tem conferido uma estabilidade impressionante, que absorve e agrega todos, como uma esponja.

Acho bem interessante caracterização de Singer de Lula como “bonapartista”, mas acho importante avançar um pouco na reflexão sobre. Há algo de sintomático na era Lula que desafia nossas instituições (incapazes de punir eventos assustadores de 2005 e talvez de cristalizar forças não personalistas – partidárias- consistentes). É importante se pensar sobre a agenda que Lula coloca. Lembremos que da estabilidade econômica (1994 e 1998), caminhamos para o desemprego e políticas sociais (2002 e 2006). “E agora, José?”.

A agenda de 2010 mostra traços de ser pautada no tal “lulismo”. O “getulismo” já foi uma clivagem durante a primeira metade da segunda república. É uma possibilidade ser a “esponja” que tudo agrega nossa próxima clivagem por durante, pelo menos, duas eleições. Pelo jeito, tempos paupérrimos virão.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Falta do que fazer

Refletindo sobre a vida, percebi que pouco tenho que fazer.

Portanto, farei um blog.